segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quando a tristeza teima em bater à porta...

Quando a tristeza nos bate à porta, o que devemos fazer?
Devemos ser educados e deixá-la entrar ou simplesmente rejeitamos tudo o que ela tem para nos dizer, tudo o que ela traz consigo que nos fará sofrer?
Tenho dias em que ela me bate à porta de uma forma insistente, avassaladora, e o meu mundo treme de tanta agonia e sofrimento.
Tenho dias em que ela não se vai embora, mesmo que eu ignore as suas batidas na porta. Ela não sai de lá e insisite e insiste e volta a insistir...
Por momentos penso que pode ser algo urgente, que a razão da sua vinda pode ter a ver com algo que aconteceu e que terá de mudar, algo que terá de ser diferente e ela vem para me alertar, para me avisar, visto que quer tanto ser minha amiga, mas depois penso, bem mas se ela quer tanto dizer-me algo para eu mudar, porque traz sempre palavras amargas, que me provocam sempre feridas e que muito raramente elas se curam, porque a cicatriz acaba por ficar lá e sempre que toco nela, a dor intensifica-se.
Porque é que a tristeza insiste em bater-me à porta?
Pergunto-me muitas vezes se não estarei eu a ser injusta com ela, pois pode ela apenas precisar de uma amiga com quem possa desabafar, mas como eu simplesmente não sei como lidar com ela e tenho medo, acabo por a querer distante de mim?
Hoje ela veio bater-me à porta, mas veio tão de mansinho, foi batendo devagar, intensificando as batidas à medida que o tempo passava, insistindo cada vez com mais força. Batia com uma força que parecia que derrubava a parede, destruia o jardim, estremecia o meu mundo de uma maneira tão intesificada que nunca a tinha visto assim. Parecia fora de si e eu a medo abri a porta, achei que ela estaria com problemas e precisava de ajuda. Entrou feito um furacão, com uma rapidez e violencia que me deixaram desnorteada. Trouxe-me más notícias, e eu que não a queria deixar entrar, acabei por me afeiçoar a ela. Ela trouxe as cores mais negras ao meu mundo, trouxe, as lágrimas mais sofridas e os sol deixou de aparecer no meu jardim.
As nuvens passaram a visitar-me também com frequência, as minhas flores, essas foram morrendo, e o meu jardim encheu-se de ervas daninhas....

Se um dia a tristeza vos bater à porta, mesmo que ela venha de mansinho para ser vossa amiga e depois vos assole o vosso mundo como se não houvesse amanhã, sejam prudentes, não lhe abram a porta...
Deixem-na ficar do lado de fora, abram a janela e falem com ela, mas não deixem que ela vos entre e vos tire o que de mais precioso vive dentro de vós...

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